Este solo é de carácter pessoal. Todos os movimentos criados ao longo do delírio autodestrutivo desbotam o silêncio das palavras. Digamos que envolve uma independência ao abraçar este mundo cão. Há tempos que não sinto prazer em criar, ler ou escrever. Culpa minha, confesso. As minhas emoções já há muito deixaram de ser legíveis ou de fácil entendimento. O pior esqueleto do crime que posso cometer é fingir que não choro enquanto tapo a boca com as mãos de sangue para que ninguém me ouça. Sou um triste, frágil, pequeno azul que acha que ama demais. Chego a sentir-me mal. És um louco suicida!? Não sei Yuki! A minha mãe diz que sim, ao meu pai procuro substituí-lo com as memórias, e recordações boas que dele não tenho. Já o meu amor diz que sou uma criança sensitiva. Isto mata-me ao ponto de mal funcionar. Desde os 3 anos que me perdi no vale aonde vão os suicidas reconfortados, onde as vozes dos fantasmas consomem qualquer tipo de corpo, naquele pedaço do mundo de que me habituei a gostar. Seja como for preciso de morrer para voltar a sentir o mesmo que quando era criança.
"I’m too much of an erratic, moody baby! I don’t have the passion anymore, and so remember, it’s better to burn out than to fade away."
Easily Disturbed, um auto-retrato possuído por uma força demoníaca que se mancha e vinca numa lenda que no dia 5 de Abril de 1994, se suicidou com uma espingarda Remington.
Direção, Coreografia, Interpretação, Figurinos, Texto e Vídeo: FLAVIO LEIHAN
Sonoplastia: VALTER FERNANDES
Fotografia: TIAGO AGUIART
Apoio e Agradecimentos: ALL ABOUT DANCE e BALLETEATRO
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